PROJETO INTEGRADO – MPT reúne ‘rede’ de proteção para discutir capacitação e inclusão de venezuelanos no mercado de trabalho

28/02/2020 - De 222 refugiados venezuelanos que chegaram à Paraíba desde agosto de 2018 e foram acompanhados pela Aldeia SOS, em João Pessoa, 79 foram inseridos no mercado de trabalho, dos quais 46 em trabalhos formais e 33 em atividades informais. Eles foram absorvidos por restaurantes, hotéis, salões de beleza, gráfica, distribuidora de alimentos, oficina mecânica, construção civil. Os dados foram apresentados durante uma reunião na sede do Ministério Público do Trabalho, no último dia 17, com representantes de várias entidades que compõem uma ‘rede’ de apoio e proteção no Estado.

A reunião fez parte do projeto “Capacitação Profissional e Inserção no Mercado de Trabalho de Venezuelanos Refugiados na Paraíba” e foi coordenada pela procuradora-chefe do MPT-PB, Myllena Alencar, juntamente com a procuradora Andressa Lucena, coordenadora adjunta da Coordenadoria de Promoção de Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade/MPT).

Segundo Myllena Alencar, vários encaminhamentos foram dados após a reunião, entre eles que será criado um “Banco de Dados Unificado”, com o perfil profissional dos refugiados para que possa facilitar na contratação deles. A Casa do Migrante e a Aldeia SOS deverão enviar os dados ao MPT. Além disso, a procuradora informou que o Senac e o Senar reafirmaram a parceria no projeto e continuam com as suas grades de cursos disponíveis para serem oferecidos, de forma gratuita, aos venezuelanos, de acordo com o perfil profissional de cada um.

Participantes

Participaram da reunião representantes de diversos órgãos parceiros desse projeto, instituições públicas e privadas e organizações da sociedade civil organizada, como SOS Aldeias Infantis, Casa do Migrante (Serviço Pastoral dos Migrantes do Nordeste), Fundação Cidade Viva, Superintendência Regional do Trabalho (SRT-PB), Embaixada de Negócios, entidades do Sistema ‘S’ (Senac, Senar), além da Sintur-JP e Secretaria Estadual de Desenvolvimento Humano (SEDH-PB).

EJA

No último dia 18, outra reunião aconteceu na sede do MPT, desta vez com representantes do Programa de Educação de Jovens e Adultos de João Pessoa (EJA-JP). Foi decidido que o EJA fará uma ‘Busca Ativa’ para localizar, identificar e quantificar os refugiados venezuelanos em João Pessoa e, a partir, inseri-los no programa, com o fornecimento de material didático, fardamento, alimentação e transporte. Além disso, os pais que tiverem filhos ficarão em uma sala especial com monitores/educadores enquanto assistem às aulas.

“Em um outro momento, também nos reunimos com representantes do Programa de Educação de Jovens e Adultos da Capital, que asseguraram ao MPT que há vagas no EJA para todos os refugiados venezuelanos. O objetivo é facilitar a inclusão dessas pessoas em cursos de capacitação profissional e, consequentemente, o seu ingresso no mercado de trabalho de forma digna”, afirmou Myllena Alencar, acrescentando que outro encaminhamento da reunião é que será realizado um trabalho de sensibilização com a classe empresarial paraibana.

Embaixada

Paulo Júnior, representante da Embaixada de Negócios da Paraíba (entidade que reúne empresários paraibanos, com sede em João Pessoa) disse que o órgão tem dado publicidade a essa causa para que empresários paraibanos se conscientizem e se esforcem para acolher esses profissionais, que já têm qualificação em diversas áreas. Durante a reunião, ele informou que a entidade recebeu vários currículos de refugiados venezuelanos e que houve aproximadamente 12 contratações pelos empresários associados.

Senac

Já o Senac informou que em 2019, houve 34 atendimentos a venezuelanos com cursos em diversas áreas, sendo 25 aprovados (capacitados com certificação). O Senac reafirmou a parceria, disponibilizando cursos gratuitos.

Dificuldades

Durante a reunião, foram apontadas várias dificuldades enfrentadas pelos refugiados e que dificultam a inclusão deles no mercado de trabalho, entre elas, não saberem falar português e a distância entre os locais onde são oferecidos os cursos de capacitação profissional. Outro problema apontado por representantes da Aldeia SOS é a dificuldade em se conseguir vagas para crianças em creches, para que os pais possam trabalhar.

É justamente para reduzir essas ‘barreiras’ e encurtar o caminho dessas pessoas ao mercado de trabalho que o MPT na Paraíba vem fazendo essa articulação e acompanhamento com diversas entidades.

Sobre o projeto

O pontapé inicial do projeto “Venezuelanos Refugiados na Paraíba: Capacitação Profissional e Inserção no Mercado de Trabalho sob a Ótica da Dignidade Humana” foi dado em fevereiro do ano passado, quando o MPT reuniu representantes de várias entidades, na sede do órgão, em João Pessoa. O objetivo é a inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho paraibano, por meio de parcerias interinstitucionais e ações de promoção social.

O primeiro grupo de imigrantes venezuelanos (com 44 imigrantes) chegou à Paraíba no dia 3 de julho de 2018, vindo do Estado de Roraima, região Norte do país. Ele foi acolhido pela Pastoral do Imigrante em abrigos no município do Conde, Região Metropolitana de João Pessoa e em Campina Grande.

Posteriormente, cerca de 100 outros venezuelanos vieram para a Paraíba e foram acolhidos pela organização humanitária internacional Aldeias Infantis SOS, na capital paraibana. Eles vieram em busca de reconstruir suas vidas após migrarem para o Brasil por causa da crise econômica e humanitária na Venezuela.

 

Fonte: Ascom/MPT.

 

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