MPT apoia campanha nacional

17/01/2019 – A cada 19 horas, um LGB­TQI+ é assassinado no Brasil por crime de ódio, de acordo com dados do Grupo Gay da Bahia. A “Transgender Euro­pe” aponta o Brasil como o primeiro País no “ranking” mundial de mortes de LGBTs à frente de países, inclusive, onde a homossexualidade ain­da é tipificada como delito no respectivo Código Penal.

Para tentar mudar essa rea­lidade, uma campanha foi lan­çada na última quarta-feira em João Pessoa, com evento no Es­paço Energisa. Neste domingo, um vídeo de um minuto – vol­tado para o público LGBTQI+ e produzido pela agência Sin Comunicação – será lançado em rede nacional, no intervalo do Fantástico (na rede globo).

A campanha “Não Vamos Voltar” foi lançada pelo Grupo Diversidades, pela Defensoria Pública do Estado da Paraí­ba, pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Defen­soria Pública da União (DPU), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PB) e Universidade Fe­deral da Paraíba (UFPB), com o apoio da Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU), com o objetivo de combater a discriminação e o preconceito contra os LGB­TQI+ (lésbicas, gays, bissexu­ais, transgêneros, transexuais, travestis, “queers” e intersex).

O evento de lançamento da campanha na capital parai­bana contou com a presença de autoridades federais e es­taduais, procuradores, ma­gistrados e parlamentares, além de ativistas de direitos humanos e artistas locais. O procurador-chefe do MPT na Paraíba, Carlos Eduardo de Azevedo Lima, e o procurador do Trabalho Eduardo Varandas estiveram presentes no evento de lançamento da campanha.

A campanha consiste em ví­deos veiculados em TV locais e redes sociais, site na internet e realização de simpósios e se­minários por todo o Estado. A perspectiva é que a iniciativa seja espalhada por todo o ter­ritório nacional em busca de igualdade e cidadania.

Marcos Dias, diretor-presi­dente do Grupo Diversidades chama a atenção para o aumen­to dos índices de criminalidade contra os LGBTQI+, principal­mente, após o resultado das eleições. “As taxas já aumen­taram sensivelmente”, afirma.

Conforme o diretor, apesar de João Pessoa ser referência no cuidado com a pessoa LGBTQI+, a Paraíba está entre os estados do Nordeste que mais matam. “Ou seja, ainda sentimos a cul­tura lgbtqifóbica do Brasil, que é o país que mais mata LGB­TQI+ no mundo”. Marcos Dias explica que a mensagem que a campanha quer passar é que a população LGBTQI+ está além de corpos LGBTQI+. “Nós so­mos, filhos, irmãos, pais, fa­mília e estamos em todos os espaços e essa campanha traz uma resposta, mostrando que mais do que enfrentamento a gente é amor”.

De acordo com o procurador do MPT-PB Eduardo Varan­das, a intenção é formar uma rede de proteção àqueles em situação de vulnerabilidade social. Segundo Varandas, “é inconcebível que, num país em que a união homoafetiva já é um direito reconhecido pelo STF, pessoas continuem sen­do assassinadas por crime de ódio. Mais inaceitável ainda é que autoridades públicas que juraram cumprir a Constitui­ção têm emponderado, em seus discursos, o preconceito e a desarmonia”.

A defensora pública Maria dos Remédios Mendes Oliveira lembrou que a DPE tem desen­volvido vários projetos a favor do público LGBTQI+ e destacou ainda que “se trata de um di­reito adquirido historicamente por esta população, assim co­mo o direito à vida com suas garantias e proteções dignas a qualquer ser humano. A Defen­soria, a partir do seu Núcleo da Diversidade Sexual e Direitos Homoafetivos, sempre legiti­mará os direitos humanos”, assegurou a defensora pública.

Já o MPF, por meio da Pro­curadoria Regional dos Di­reitos do Cidadão, que tem àfrente o procurador da Repú­blica José Godoy Bezerra de Souza, entende que a atuação dos diversos órgãos que têm como atribuição a defesa das minorias em parceria com a sociedade civil organizada é essencial nesse momento em que aumentam, cada vez mais, os casos de violência contra a população LGBTIQI+. “Essa campanha é marco na pro­teção dessa população. Não pode haver retrocesso algum”, defende José Godoy.

Para o chefe da Defensora Regional de Direitos Humanos da Paraíba, órgão da Defenso­ria Pública da União, Edson Júlio de Andrade Filho, “a campanha é muito oportuna e feliz, a começar pelo seu lema, pois, de fato, após tantos avan­ços nas garantias dos direitos civis da população LGBTQI+, não se pode aceitar que vol­temos ao tempo em que essa parcela da sociedade não tinha sequer a liberdade de andar na rua sem medo de ser hostiliza­da ou agredida”, argumenta o defensor público federal.

 

Fonte: Ascom / MPT-PB

 

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