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ABRIL VERDE NA PB - Audiência na Câmara Municipal de Patos discute riscos do benzeno para saúde de trabalhadores

20/04/2018 – O trabalhador Benedito Silva, 51, disse que sentiu cãibra numa perna, mas foi trabalhar. No outro dia, quando acordou, não tinha força para levantar.

O trabalhador paraibano - cujo nome foi trocado para preservar sua verdadeira identidade - é apenas uma das dezenas de vítimas do benzeno. A história de Seu Benedito foi exibida, em vídeo, durante audiência pública que aconteceu na noite da última quarta-feira (18), na Câmara Municipal de Patos, com o tema: “Benzeno não é flor que se cheire”.

A audiência foi realizada dentro da programação do Abril Verde na Paraíba, justamente para discutir os riscos dessa substância para a saúde de trabalhadores e as ações preventivas que serão implementadas no município. A sessão contou com a presença do procurador do Trabalho Raulino Maracajá, da coordenadora do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest-Patos), Yara Dayane, e de várias autoridades do município do Sertão paraibano.

“No município de Patos, mais de R$ 1,4 milhão foram os gastos previdenciários, nos últimos seis anos, com aproximadamente 300 ‘auxílios-doença’ por acidentes de trabalho. Foram mais de 34 mil dias de trabalho perdidos”, afirmou Raulino Maracajá. “Os números são altos, mas ainda são subnotificados. Os números de trabalhadores que se acidentam, adoecem e ficam incapacitados é muito maior do que mostram os registros oficiais”, acrescentou o procurador, citando dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho.

A coordenadora do Cerest-Patos, Yara Dayane, disse que é necessário conclamar a população a discutir constantemente sobre a saúde dos trabalhadores. “Houve uma boa exposição dos perigos que o benzeno pode causar aos trabalhadores. O problema é realmente muito grave e a sociedade precisa abrir os olhos diante desse problema”, afirmou.

A audiência pública foi uma propositura de autoria da vereadora Edjane Araújo. De acordo com a parlamentar, será solicitado que todos os proprietários de postos de combustíveis de Patos façam exames periódicos para acompanhar a presença de benzeno na corrente sanguínea de seus funcionários.

“A partir desta audiência, vamos apresentar um Projeto de Lei para criar um Fórum Permanente de discussão sobre os cuidados da saúde do trabalhador”, informou a vereadora Edjane Araújo.

Participaram também da audiência pública a juíza Francisca Poliana, o secretário de Meio Ambiente de Patos, Natércio Alves; a professora do IFPB, Hanne Back, além de vários vereadores.

Benzeno. É uma substância contida na gasolina, e a exposição aguda por inalação (em curto prazo) pode causar sonolência, tonturas, dores de cabeça, bem como a irritação de olhos, pele e vias respiratórias e, em níveis elevados, perda de consciência. O não uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) pode comprometer a saúde de frentistas e demais profissionais que manipulam diariamente este químico.

Vítima: ‘Minha coluna queimava’

Após trabalhar quase 20 anos em contato com o benzeno, em posto de combustível, seu Benedito, 51, viu a sua vida por um fio. Ele conta que, de um dia para o outro, perdeu o movimento da perna esquerda, após sentir apenas uma cãibra.

“Quando acordei, só consegui me levantar com ajuda. Fui tentar sair de carro, mas não consegui, porque eu já não sentia mais a perna esquerda. Não consegui me movimentar. Minha coluna queimava de cima até embaixo. Então, pensei que era alguma coisa na coluna e aquela dor na perna, só que eu tinha sentido só a cãibra. Minha esposa foi ao postinho e o médico foi a minha casa”, contou.

“Na consulta, falei que estava queimando em cima e ele disse que poderia ser a coluna. Tomei a primeira das três injeções que ele passou e segui a recomendação de ficar deitado. No dia seguinte, minha esposa teve que me puxar, para eu descer da cama, porque não ficava em pé. No hospital, quando me examinaram, disseram que era AVC, mas descartaram, porque não era só de um lado”, relatou.

“Fiz tomografia e o médico achou que era hérnia de disco e me medicou. Após 15 dias no hospital, os exames chegaram e disseram que precisaria de fisioterapia. Mas, quando saí do hospital, já foi na maca”, relembrou.

Benedito contou que passou um ano e meio acamado. “Se me botasse sentado, eu ficava, mas não andava. Não conseguia colocar a colher na boca, porque minha mão não abria, e nem conseguia ir ao banheiro. Em casa, meu irmão levou um médico para ver se tinha atingido minha coluna. Ele disse que a lesão nela era mínima e que eu deveria procurar um neurologista, que constatou uma doença rara. Fui a João Pessoa, para bater uma neuro e constataram a polineuropatia”, disse.

“Durante seis meses, até para comer e escovar os dentes era minha esposa quem fazia”, lembra. Hoje, ele tem sequelas, só anda com muletas e tem movimentos comprometidos.

 

Fonte: Ascom / MPT-PB

 

CONTATOS:

ASCOM / MPT-PB – (83) 3612 – 3119

Facebook: @mptpb

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