MPT acompanha cumprimento de lei para inclusão de PCDs no mercado e apoia campanha do Dia da Síndrome de Down

“Meu sonho é trabalhar”. A frase, dita com muito entusiasmo pela jovem paraibana Juliana Lira, 35 anos, virou realidade há pouco mais de um mês, quando finalmente foi contratada por uma clínica de exames de imagem de João Pessoa.

 

 

 

“Comecei no dia 6 de fevereiro. É o meu primeiro trabalho. Estou achando ótimo e estou muito feliz. Era meu maior sonho”, revela Juliana, que tem Down e exibe, orgulhosa, a Carteira de Trabalho.

 

O sonho de Juliana é o mesmo de milhares de jovens no Brasil e na Paraíba que têm alguma deficiência e enfrentam mais desafios para ingressar no mercado de trabalho.

 

Sonho compartilhado

Compartilha da mesma alegria a outra paraibana Marta Nóbrega, 22 anos. Ela também enfrenta desafios por ter Down. Como Juliana, foi muito bem acolhida pelas colegas de trabalho no seu primeiro emprego, que começou em julho do ano passado.

 

Marta trabalha em uma doceria da Capital. À medida em que ela molda os docinhos, também vai dando forma ao seu futuro e se aproximando, cada vez mais, dos seus sonhos e objetivos.

 

 

 

 

“Daqui a um ano quero viajar para os Estados Unidos para passear. Quero continuar trabalhando para juntar dinheiro também para comprar meu apartamento”, planeja Marta, que se especializou em trabalhos manuais e fez curso para confecção de ovos de Páscoa.

 

Mas, nem todas as pessoas com deficiência (PCDs) têm a mesma sorte de Juliana e Marta. Elas ainda são exceção no Brasil.

 

Instituto Primeiro Olhar

 

A juíza de Direito Israela Pontes conhece bem a realidade de jovens como Juliana e Marta. Faz parte do Instituto Primeiro Olhar, uma Organização Não-governamental que acompanha crianças com Down na primeira infância e também orienta as famílias. Além disso, vivencia esses desafios dentro de casa por ter um filho que nasceu com Down. Ela também acompanhou de perto o processo de contratação de Juliana.

“Há empresas que têm interesse de contratar, mas desconhecem o processo, não sabem onde buscar essas pessoas com deficiência. Encontram muitas dificuldades e acabam desistindo”, observou Israela Pontes.

 

Parceria

 

Para buscar formas de maior inclusão de pessoas com Down no mercado de trabalho, uma parceria foi firmada na última segunda-feira entre o MPT-PB e o Instituto Primeiro Olhar, para apoiar uma campanha nacional que busca orientar a população sobre saúde, benefícios e direitos das pessoas com Down, inclusive do direito de trabalhar. Ela foi recebida pelo procurador-chefe do MPT-PB, Paulo Germano, pela procuradora Andressa Coutinho e pelo assessor jurídico Lindberg Leitão.

 

 

 

Campanha

 

Na próxima terça-feira, quando é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down, haverá o lançamento da campanha às 9h, no Tribunal de Justiça da Paraíba, na Capital. Na ocasião, haverá o lançamento de uma cartilha. Às 19h, será realizado um bate papo na Estação Ciência. Os eventos são abertos ao público.

 

 

Preconceito é cultural

Para a procuradora do Trabalho Andressa Coutinho, o padrão cultural brasileiro faz com que as pessoas com deficiência não tenham uma formação adequada. Segundo ela, em alguns casos a própria família acaba alimentando o preconceito por acreditar que aquela pessoa é incapaz. O que não é verdade.

“Muitas vezes, o preconceito começa dentro da própria família, que acaba não investindo na formação educacional e intelectual da pessoa com deficiência. É preciso haver uma mudança no padrão cultural para que essas pessoas sejam incluídas no trabalho de forma natural”, afirmou a procuradora, que é titular da Coordigualdade.

Ela explicou que para contratar PCDs, as empresas podem procurar ONGs, a Funad e instituições formadoras do Sistema S (Senai, Senac, etc.).

PCD Legal

O site www.pcdlegal.com.br é uma biblioteca virtual com cartilhas e informações sobre direitos e cidadania. Nele há inclusive temas relacionados ao trabalho e tradução em Libras.

 

CONTATOS:

Henriqueta Santiago – Jornalista

Giovana Ferreira - Estagiária

(83) 3612 – 3119 – Ascom / MPT

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